YouTuber, Blogueiro, Afiliado? Declarar o AdSense Nunca Foi Tão Necessário (e Tão Ignorado)

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Você grava vídeos, posta conteúdo, engaja seguidores, e vê os ganhos do Google AdSense crescendo mês a mês. Mas quando chega a temporada do Imposto de Renda, vem o apagão: “Será que eu tenho que declarar isso?” ou pior: “Se eu não declarar, será que alguém vai notar?”.

Se você é YouTuber, blogueiro, afiliado, criador de conteúdo, e monetiza com o Google AdSense, este é o momento de entender uma verdade simples: não declarar pode custar caro — em dinheiro, em dor de cabeça e até em credibilidade.

Neste artigo, você vai aprender:

  • Quando o criador de conteúdo é obrigado a declarar;
  • Como fazer a declaração correta dos ganhos com AdSense;
  • O que pode (e o que não pode) deduzir;
  • Quais são os erros mais comuns;
  • E como proteger seu nome e seu canal diante do Leão da Receita Federal.

O AdSense Paga — Mas Também Cobra: A Realidade do IR 2025

Os pagamentos do Google AdSense vêm de fora do Brasil. Isso significa que mesmo que você receba em reais, o valor é considerado rendimento do exterior.

E segundo a Receita Federal, todo rendimento do exterior precisa ser declarado — inclusive mês a mês, via Carnê-Leão, e depois na sua Declaração de Imposto de Renda anual.

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Ou seja: você, criador, é sim um contribuinte ativo. E omitir esses rendimentos pode te colocar na malha fina ou pior.

Quem Precisa Declarar o AdSense em 2025?

Se você se enquadrar em qualquer uma das situações abaixo, está obrigado a declarar:

  • Recebeu mais de R$ 30.639,90 em rendimentos tributáveis em 2024;
  • Teve rendimento isento superior a R$ 200 mil;
  • Possuía bens ou direitos acima de R$ 800 mil;
  • Obteve ganhos com venda de ativos (imóveis, cripto, ações);
  • Recebeu valores do exterior — inclusive via AdSense.

E mesmo que não tenha atingido os limites, se houve imposto devido via Carnê-Leão e não foi pago, você pode ser notificado.

Como Declarar os Rendimentos do AdSense Corretamente

O processo é mais simples do que parece, especialmente se for feito com constância e organização.

Etapa 1: Use o Carnê-Leão Web

O Carnê-Leão é o sistema oficial da Receita Federal para registrar rendimentos recebidos de pessoas físicas ou do exterior.

  • Acesse o Portal e-CAC;
  • Clique em “Meu Imposto de Renda” > “Carnê-Leão”;
  • Lance os valores recebidos mês a mês;
  • Informe a origem: Google AdSense (rendimento do exterior);
  • A Receita calculará o imposto devido, se houver;
  • Gere e pague o DARF mensalmente, se necessário.

Etapa 2: Use a Cotação Correta do Dólar

Mesmo que o depósito seja em real, o valor original é em dólar. Por isso, a Receita exige que você converta os valores com base na cotação oficial.

Use a cotação do dólar do último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao recebimento. Exemplo: recebeu em julho? Use a cotação de 15 de junho.

Você encontra a cotação oficial no site do Banco Central.

Etapa 3: Importar os Dados Para o IR

Ao final do ano, você poderá importar os dados do Carnê-Leão diretamente para a sua Declaração Anual de Imposto de Renda (DIRPF), evitando erros e agilizando o processo.

O Que Você Pode Deduzir?

Boa notícia: você pode deduzir despesas relacionadas à produção de conteúdo para reduzir o imposto.

Veja o que pode entrar:

  • Equipamentos (câmera, microfone, luz, notebook);
  • Internet e energia (proporcional ao uso);
  • Plataformas de edição (software e apps);
  • Serviços de hospedagem de site/blog;
  • Despesas com contador;
  • Contribuições ao INSS como autônomo.

Mas atenção: é necessário ter comprovantes de tudo (nota fiscal, recibo, etc.). E só pode deduzir o que for diretamente relacionado à atividade profissional.

E Se Eu Tiver um CNPJ?

Se você formalizou um CNPJ para sua atividade como criador, os rendimentos devem ser tributados dentro da empresa.

Ou seja:

  • O CNPJ recolhe os impostos;
  • Você declara apenas o que retira da empresa como pró-labore ou distribuição de lucros;
  • Pró-labore → rendimento tributável;
  • Lucros → rendimento isento (com escrituração contábil).

Se sua operação for constante e gerar mais de R$ 81 mil/ano, pode ser interessante sair do MEI e optar por outro regime.

O Que Acontece Se Eu Não Declarar?

Ignorar o AdSense no Imposto de Renda pode trazer consequências reais:

  • CPF irregular;
  • Perda da restituição;
  • Multas que chegam a 20% do imposto devido;
  • Dificuldades para financiar imóvel ou obter crédito;
  • E o mais temido: cair na malha fina.

O sistema da Receita Federal cruza dados com bancos, plataformas de pagamento e contas de recebimento. Se o dinheiro caiu na sua conta, ele já foi rastreado.

Erros Mais Comuns de Criadores no IR

  1. Achar que não precisa declarar porque os valores são baixos;
  2. Esquecer de usar o Carnê-Leão;
  3. Lançar valores sem conversão correta de moeda;
  4. Misturar finanças pessoais e profissionais;
  5. Não deduzir despesas corretamente (ou inventar deduções).

Todos esses erros podem ser evitados com organização mensal e ajuda contábil especializada.

Como Me Preparar Para Declarar Sem Medo

  1. Registre tudo mensalmente (entradas e saídas);
  2. Guarde comprovantes digitais e físicos;
  3. Use o Carnê-Leão Web assim que o dinheiro cair;
  4. Mantenha uma planilha simples para controle pessoal;
  5. Busque orientação profissional — vale o investimento.

Criar Conteúdo Dá Trabalho — Mas Declarar Não Precisa

Você já grava, edita, responde comentário, organiza roteiro e pensa em thumbnail. Declarar seus ganhos não precisa ser mais um fardo.

Com o processo certo, declarar seu AdSense se torna parte natural da sua rotina de criador — como checar as métricas ou analisar o CPM.

E o melhor: você faz isso de forma consciente, constrói sua credibilidade como profissional e evita surpresas com a Receita Federal.

Quer declarar seu IR com alguém que te acolhe, orienta e respeita seu tempo?
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Vamos declarar sem medo — e com leveza.

Até a próxima leitura…
Ana Paula Poschi
Contadora, Perita Contábil e Perita Imobiliária.

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